O JACARÉ GIGANTE PRÉ-HISTÓRICO DO ACRE

Uma pesquisa foi realizada no Brasil, onde descobriu-se mais coisas sobre a vida do Purussaurus brasiliensis, conhecido pelo nome popular de Jacaré do Acre. A espécie viveu há 8 milhões de anos, onde hoje é a região dos rios Purus, Juruá e Acre.

Imagem de Eelffica por Pixabay 

VAMOS DESCOBRIR...



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O artigo foi divulgado na revista científica PLoS ONE, que revelou mais dados sobre a espécie, que já era conhecida pelos cientistas há muito tempo. Na nova pesquisa, porém, os pesquisadores fizeram as primeiras estimativas detalhadas de seu enorme tamanho, do peso, da força da mordida e do consumo de comida, com base em modelos matemáticos e comparações da espécie com todas as espécies atuais de crocodilos e jacarés.

Origem do nome científico do Jacaré Gigante do Acre


O nome Purussaurus é a junção da palavra Purus, que faz referência ao Rio Purus do Acre onde os primeiros fósseis da espécie foram encontrados, e a palavra saurus que significa réptil em grego. O nome da espécie é brasiliensis por ter sido descoberto no Brasil.

Vivia em ambientes de pântanos

O auge do Purussaurus foi a 8 milhões de anos, prova disso são os inúmeros fósseis da espécie encontrados ao longo dos rios Acre, Purus e Juruá, quase que em todo o estado do Acre. O ambiente em que ele viveu era completamente diferente da atual floresta amazônica. Durante o Mioceno, o norte da América do Sul era banhado pelo chamado Mar de Pebas (atual Mar do Caribe), que recebia também um fluxo de água provinda dos rios. Com o soerguimento da Cordilheira dos Andes, esses rios acabaram criando um ambiente de planície com dezenas de pântanos, lagos e lagoas muito extensas.

O Purussaurus se adaptou muito bem a esse ambiente, diversificou-se em número de espécies e até o momento são conhecidos o Purussaurus neivensis, o Purussaurus mirandai e o Purussaurus brasiliensisPurussaurusneivensis é o mais antigo do gênero já encontrado, tendo surgido a 15 milhões de anos na metade do Mioceno e vivido na atual Colômbia.  Purussaurus mirandai viveu na atual Venezuela e foi conterrâneo do Purussauro brasileiro, perdendo para ele apenas no tamanho. O Purussaurus brasiliensis foi o maior do gênero, superando os 12 metros e está entre os maiores predadores que já existiram.

Apesar de viver num ambiente próspero criado pelas montanhas, a Cordilheira dos Andes continuou a se elevar de modo que o paraíso pantanoso foi se transformando no que hoje conhecemos como os rios da Floresta Amazônica. Essa mudança drástica extinguiu o supercrocodilo, visto que ele não foi capaz de se adaptar ao novo ambiente que lhe foi imposto, o que não foi o caso de outras espécies de jacarés menores, que continuam a habitar até hoje a região.

A super mordida do Jacaré Gigante do Acre


Com a pesquisa, a equipe concluiu que uma mordida do P. brasiliensis exercia, em média, uma força de 70 mil newtons, o que equivale a 7 toneladas de pressão. O valor corresponde a mais de dez vezes a potência da mordida de um leão e a mais de 20 vezes a de um tubarão branco. Os cálculos indicam ainda que o animal podia alcançar 12,5 m e 8,5 toneladas, consumindo 40 kg de alimento por dia.

“Os dentes relativamente mais achatados e serrilhados dele são típicos de hipercarnívoros, como certos dinossauros. É dentição especializada em fatiar a presa”, segundo Aline Ghilardi, paleontóloga da UFRJ, à Folha de S. Paulo. Aline é coautora do estudo ao lado do marido, Tito Aureliano, da UFPE, de de Pernambuco.

Segundo os cientistas, a estrutura da mandíbula e do crânio do espécime ajuda a entender por que ele conseguia morder com tanta força (veja na Figura 4). “O formato da cabeça ajuda o animal a sustentar o estresse de uma mordida mais forte”, explica Ghilardi. No caso, a face curta e larga de P. brasiliensis, bem como o focinho alto, eram cruciais para essa tarefa. Além disso, as narinas diferentes, de grande tamanho, também ajudavam a dissipar as tremendas forças geradas pelas mordidas, evitando fraturas nos ossos.

Experiência dos pesquisadores com o Jacaré Gigante


O principal espécime usado na pesquisa foi coletado por Jonas Pereira de Souza Filho, ex­-reitor da Universidade Federal do Acre. Segundo Douglas Riff, outro coautor da pesquisa e um dos principais especialistas em jacarés e crocodilos fósseis do país, os acreanos têm feito um trabalho de primeira na região.

“Eles são os grandes descobridores e guardiões dos fósseis”, diz Riff, que trabalha na Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais. Os cientistas acreditam que os P. brasiliensis com seus "super poderes", como a super mordida, o seu grande tamanho,  tenham sido também as razões que levaram a sua extinção.

3 comentários:

  1. Quero fazer uma correção, ele não tinha uma mordida mais forte que a do Tyranosaurus Rex, foram feitos testes recentes e ele tem 4 toneladas a menos de potencia.

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  2. Muito obrigado pela sua correção. Vamos colocar na postagem.

    Equipe BioOrbis.

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  3. Bacana lermos e aprendermos como essa correção acima sobre a mordida ...
    Pra podermos postar informações corretas ..obrigado

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